Como “anda” a sua Responsabilidade Técnica? Muito se ouve
falar sobre os termos ART ou RRT, mas pouco se explica para quem não sabe a
importância disso e pouco se discute com aqueles que se responsabilizam por
isso.
Recentemente pudemos acompanhar a prisão dos engenheiros e
funcionários da Vale que atestaram a segurança da barragem que se rompeu em
Brumadinho/MG. O que nos mostra a importância ao nos responsabilizarmos
tecnicamente por cada serviço prestado.
A ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) e o RRT (Registro
de Responsabilidade Técnica) são documentos emitidos por cada profissional junto
ao seu Conselho responsável, ART para Engenheiros emitido junto ao CREA
(Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e a RRT para Arquitetos emitido
junto ao CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo).
Segundo o CAU “O Registro de Responsabilidade Técnica é o
documento que comprova que projetos, obras ou serviços técnicos de Arquitetura
e Urbanismo possuem um responsável devidamente habilitado e com situação
regular perante o Conselho para realizar tais atividades.
Os RRTs são gravados no Sistema de Informação e Comunicação
do CAU (SICCAU) e compõem o acervo técnico do arquiteto e urbanista, com as
informações registradas sobre o exercício da profissão. É uma proteção à
sociedade e confere legitimidade ao profissional, fornecendo segurança técnica
e jurídica para quem contrata e para quem é contratado. ”
Agora que entendemos o significado dos termos utilizados e
como tudo isso se comporta no sistema numa escala geral, irei falar da
importância da Responsabilidade Técnica em uma microescala, a qual se faz mais
presente no nosso cotidiano, no caso as reformas de edificações.
Em 2014 a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicou
a NBR 16.280:2014 (Reformas em Edificações – Sistema de Gestão de reformas –
Requisitos) a qual estabelece as etapas de obras de reformas e lista os
requisitos para antes, durante e depois de uma reforma de edificações e foi atualizada em 2015 devido ao desabamento do Edifício Liberdade, de 20 andares, e de mais dois prédios vizinhos, no centro do Rio de Janeiro, quando passava por reformas.
Sendo assim, quem for reformar sua casa ou seu apartamento,
dependendo do serviço, remover uma parede, trocar um cano ou até mesmo trocar o
piso, deverá contratar um responsável técnico, arquiteto ou engenheiro que se
responsabilizará por essa reforma.
Os imóveis em garantia, que tenham obras que alterem ou
comprometam a segurança da edificação ou de seu entrono, segundo a norma, deverá
ser submetida à análise da construtora/incorporadora e do projetista, dentro do
prazo da garantia. Após o prazo, será exigido projeto de reforma e laudo
técnico assinado pelo Técnico Responsável da obra, e o síndico ou a
administradora, com base em parecer de Responsável Técnico, poderão autorizar,
autorizar com ressalvas ou proibir a reforma, caso entendam que ela irá colocar
em risco a edificação.
Infelizmente é muito comum, nos depararmos com o famoso
faz-tudo ou o curioso que irá fazer sozinho e que segundo ele, não irá
acontecer nada de errado, mas em ambos os casos citados como exemplo acima, as
negligencias resultaram em morte de pessoas, portanto, é de extrema importância
termos um profissional tecnicamente responsável por uma obra, seja ela uma obra
de maior escala, como a da barragem em Brumadinho, quanto uma de menor escala
como a reforma do Edifício Liberdade, no Rio de Janeiro.
Então, acima de qualquer coisa, seja você uma pessoa
responsável, que se preocupará com as possíveis consequências ao se reformar
sem haver um responsável técnico. Agora para você profissional, também seja
responsável por aquilo que você esteja atestando ou registrando junto ao seu
Conselho, não venda a sua Responsabilidade Técnica se você não tem certeza
sobre o que pode acontecer, porque qualquer problema, negligencia ou erro de
execução, você poderá responder judicialmente até mesmo perder o seu direito de
exercer sua profissão, então esteja ciente do que está vendendo, de fato se
responsabilize, fiscalize, acompanhe e administre aquele serviço do qual você
esteja se responsabilizando tecnicamente.
Obra é coisa séria, não é brincadeira, seja responsável!
Por: Priscila Castilho Nunes.
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