Poucas pessoas sabem da minha escolha sobre ser arquiteta e
como tudo isso se desenrolou no tempo. Dia 15 de dezembro, dia do arquiteto e
urbanista, comemorei meus 4 anos nessa profissão, a qual tem seus segredos e
encantos. Para isso, resolvi no post de hoje compartilhar com você a minha
opinião sobre tudo isso, a fim de trazer um maior esclarecimento àquele que
queira ingressar nessa carreira ou até mesmo para criar uma empatia entre nós.
Eu sempre tive um dom de arrumar as coisas, manter tudo no
seu devido lugar e sempre fui curiosa para aprender e mexer em coisas difíceis.
Quando criança, meu pai ia numa loja de departamento para ver CD e eu
simplesmente ia para arrumar a loja, meu pai até dizia que a loja acabaria me
contratando por isso. Meu quarto era impecável, tinha lá meus dinossauros
encima de uma cômoda e se mudassem um de lugar, eu ficava furiosa, além de também
ter o guarda-roupa sempre arrumado.
Gostava muito de desenhar e herdei esse dom do meu pai,
apesar que minha mãe sempre que estava ao telefone, ficava desenhando em um
papel enquanto conversava, mas mesmo assim, quando criança, eu queria na
verdade era ser policial, isso porque eu nem sabia escrever direito essa
palavra na época.
Minha irmã, três anos mais velha, essa sim, tinha tudo para
ser arquiteta ou escritora de telenovela, como ela era criativa, eu ficava
impressionada, ficava desenhando planta de casas e escrevia histórias com trilha
sonora e tudo, tentei fazer igual, mas não dava nada certo.
Nossos pais imaginavam que minha irmã iria fazer arquitetura
e eu, nem faço ideia, minha mãe talvez tivesse pensado que eu faria algo
relacionado a eletrônica, por ter uma facilidade de mexer com isso.
Conclusão! Minha irmã fez farmácia e eu arquitetura.
Isso foi só uma introdução para que você se situasse melhor
na história.
Sei que alguns arquitetos irão dizer que desde pequenos já
se imaginavam arquitetos, mas cada um é cada um. Eu iniciei na arquitetura,
porque me desafiei a fazer sem entrar para design de interiores antes, coisas
da minha cabeça, imaginava que precisaria fazer um técnico antes de entrar numa
faculdade, mas em partes, não precisa, mas vou te explicar o porquê de dizer em
partes daqui a pouco.
Passei no vestibular, comecei o curso e aprendi a me
apaixonar pela essência da arquitetura, eu sempre friso muito isso em tudo no
que diz respeito a arquitetura, sua essência, é o que me encanta e me move
nessa profissão.
Bom, nunca me vi desesperada durante o curso, mas existem
algumas coisas que sei que me fizeram muita falta e que, como ninguém me
aconselhou nisso e muitos não aconselham, é que resolvi passar isso a diante,
para que você que esteja pensando em estudar arquitetura, possa se sentir mais
seguro no início de tudo.
Eu disse em partes sobre o técnico, porque na minha opinião,
o técnico que todo aquele que ingresse na construção civil, tenha que fazer é o
de edificações. Me pergunto sempre, como assim eu nunca pensei nisso?! Pois
bem, edificações te dará um norte bem maior que design de interiores, porque
arquitetura vai muito além da decoração, não estou dizendo que design de interiores
não valha a pena, jamais, porque vale também, só estou querendo te dar uma
possibilidade que te permita abrir mais o leque. Em sua maioria, pessoas que
fizeram técnico em edificações se sentiam mais familiarizadas e seguras com a
arquitetura, porque arquitetura também é obra, muitos acham que isso só é coisa
de engenheiro e está muito enganado.
Outro conselho que posso te dar é sobre os estágios – como diria
meu professor de desenho: dica de sucesso, anotem! – Se dedique desde o início,
quando chegar no seu terceiro semestre procure estagiar em um escritório
pequeno, com um arquiteto autônomo e já estará perfeito. Meu primeiro estágio
foi exatamente nesse perfil, eu nem era remunerada, até porque eu queria
aprender mesmo, afinal a faculdade de dará a base, mas a prática é
completamente diferente. Com o escritório pequeno, você terá uma maior
liberdade para aprender, digo aprender, porque erramos e erramos bastante, pois
não sabemos nada mesmo, isso é comum, não se entristeça.
No quinto semestre estagie em escritório de médio porte, que
já mexa com projetos urbanísticos ou prefeituras, porque coincidirá
perfeitamente com o momento de transição na faculdade, onde os projetos começarão a ser maiores e voltados para o público, como o SESC, que tenho certeza que
toda universidade pede. Nessa fase de estágio, você aprenderá sobre essa
conexão que a arquitetura tem com as pessoas, o que te ajudará a projetar na macroescala, fora que estará aprendendo uma parte
diferente desse leque de possibilidades no mundo da arquitetura.
No seu sétimo ou oitavo semestre, entre sem sombra de
dúvidas, numa construtora para estagiar. As construtoras têm um ritmo
acelerado, o que fará você a chegar em um outro patamar de conhecimento, além
de que ela irá abranger exatamente um pouco dos dois estágios anteriores que eu
disse para fazer, unirá a residência (microescala) e a cidade (macroescala).
Além de que você irá aprender a parte que ninguém conta, sim a parte
burocrática do negócio e por estar no final da faculdade, a chance de ser
efetivado é muito grande, dependerá somente de você.
A outra chave para o sucesso, essa vai além e serve para qualquer
profissão, faça contatos, sempre faça contatos, seja político sempre e saiba se
vender, isso é a raspa de chocolate encima do bolo – porque não gosto de cereja
– que precisa ser sua.
Tenho certeza que essa receita que muitos escondem irá te
ajudar muito, só não pense que é garantia de sucesso, porque não é, tudo só
dependerá de você, da sua dedicação e amor em querer fazer acontecer, eu simplesmente
compartilhei o que na minha opinião te dará mais segurança e conhecimento para
crescer nessa carreira e eu compartilho, porque acredito numa profissão e
mercado mais colaborativo, afinal juntos podemos ir bem mais longe.
Por: Priscila Castilho Nunes.
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