Você
sabe o que é mobilidade urbana? Hoje, esse assunto se faz cada vez mais
necessário uma discussão a respeito. Vivemos num momento em que as cidades
estão mais populosas e as necessidades humanas cada vez maiores.
Mobilidade urbana é a possibilidade que as pessoas têm de se
locomoverem entre diferentes territórios de uma cidade e, os veículos
particulares e os transportes públicos são os meios de locomoção mais utilizados
atualmente.
Eu sempre defendo a questão de que a cidade precisa ser
voltada para as pessoas e, com esse crescimento desacerbado populacional e suas
necessidades do dia-a-dia, as cidades estão perdendo a sua capacidade de
acompanhar esse desenvolvimento, impedindo uma mobilidade urbana com mais
qualidade.
Esse
assunto abrange diversos fatores, não somente governamental, mas também
socioeconômico, ambiental e territorial, até porque para implantar outros ou
mais meios de locomoção em uma cidade, precisará readequar o desenho
urbanístico, o que não é tarefa fácil em uma cidade mais edificada, pois
precisará retirar ou realocar algumas coisas para se colocar outras no lugar,
lógico que considerando o fator custo benefício e principalmente a longo prazo,
o que pode parecer ruim hoje, será bem melhor amanhã, mas mesmo assim, o hoje deve
sempre ser considerado.
Ultimamente,
fala-se muito sobre sustentabilidade, pessoas que estão mudando suas rotinas
para viverem uma vida mais simples e sustentável e na mobilidade urbana não é
diferente. Para isso, a mobilidade urbana sustentável inclui soluções de
implantação de outros meios de locomoção, como transportes sobre trilhos,
trens, metrôs, bondes e VLTs, assim como ônibus, BRT e meios de transportes
alternativos não poluentes, como bicicleta, patinetes, patins e skates.
Levando em conta uma situação como essa, de um feriado
prolongado com seis dias onde um percentual considerável está de folga e por
conta disso muitos vão viajar, é a deixa para que possamos repensar sobre o
assunto em diversos tipos de escalas e qualidade de vida.
Quando
há esses feirados muito longos em que as pessoas aproveitam esse tempo e se
locomovem para outras cidades, acaba por ocorrer um problema muito comum de
congestionamento nas rodovias, dificultando o fluxo nas grandes cidades, por
haver um número muito alto de veículos nas estradas com um mesmo intuito.
Considerando
o sistema de mobilidade sustentável, a implantação de transportes alternativos,
que atendam numa escala maior, iria facilitar muito o deslocamento das pessoas
nessas situações.
Mesmo
numa rotina normal de uma cidade grande, o ir e vir das pessoas ainda é um
enorme problema na prática, o que prejudica na qualidade de vida. Há bastante
opções para se deslocar de uma zona a outra, mas ainda é muito pouco para a
quantidade de pessoas e as necessidades que temos hoje.
Outro
dia indo a uma feira de arquitetura, percebi que perdia exatamente 3h para ir e
3h para voltar, num total de 6h, que praticamente é uma jornada de trabalho,
dentro de um transporte público e de uma maneira nem um pouco confortável.
Mudando esse quadro para o perfil de pessoas que se locomovem com seu próprio
veículo, o tempo que se perde em um engarrafamento, também não contribui para
uma qualidade de vida.
Vale
lembrar que a mobilidade é direito de todos, o que significa que pessoas com
mobilidade reduzida não podem ser esquecidas nesse momento, até porque elas
levam o dobro do tempo para se locomoverem, principalmente na cidade, onde
presenciamos diversos obstáculos nos passeios públicos, acessos, más sinalizações,
entre outros.
Viu
como a mobilidade urbana deve ser repensada e discutida por todos?! Ela vai
desde a microescala do pequeno deslocamento que as pessoas podem fazer a pé e
que para isso precisamos de calçadas mais confortáveis livre de qualquer
obstáculo ou dificuldade. A média escala, quando nos deslocamos de uma zona a
outra, porém dentro de um mesmo município ou estado e a macro escala, onde a
mobilidade nos permite deslocamentos maiores de um estado para outro.
As
cidades estão crescendo, a demanda aumentando e o desenvolvimento das cidades
precisam estar alinhados a esse novo perfil, afinal esse tempo perdido, por não
haver mais meios de locomoção alternativas e principalmente de qualidade,
poderíamos estar fazendo outras coisas que agregariam mais valor as nossas
vidas, como passar o tempo com a família, relaxando ou fazendo qualquer outra
coisa que gostamos ou que possam contribuir mais para o nosso desenvolvimento
profissional e pessoal.
Por:
Priscila Castilho Nunes.
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